A reciclagem do papel

O papel é um material de suporte para informação escrita que produz fortes impactos negativos sobretudo ao nível da produção. De fato, embora a matéria prima se possa considerar renovável - a sua produção conduz normalmente a extensas monoculturas de espécies exóticas - como o eucalipto - que têm como conseqüência o desaparecimento da quase totalidade da fauna e da flora nativas. Este efeito está relacionado não apenas com as espécies utilizadas mas também com o regime de cultivo.
Igualmente significativa é a degradação da paisagem, pela via da uniformização, e a perda do seu caráter e da sua especificidade (biodiversidade).
É um drama em larga escala, que os interesses econômicos encobrem, e que a falta de sensibilidade e de atenção da generalidade da população tende a ignorar.
A reciclagem do papel é um procedimento que permite recuperar as fibras celulósicas do papel velho e incorporá-las na fabricação de novo papel. Não é um processo isento da produção de resíduos, mas a produção de pastas virgens também não o é, e assim sempre se minimizam os problemas relacionados com a produção de matéria prima e com a deposição do papel velho.É importante realçar que os papéis não podem ser reciclados indefinidamente sem que haja perda de qualidade. Após cada utilização, eles perdem parte das suas propriedades e só podem ser reciclados para uso distinto.

História do papel.

O nome papel deriva da palavra papyrus, que foi designado como primeiro material para escrever feito pelo homem.
À 6000 anos no Egito, usavam-se para escritura folhas que se obtinham esmagando os talhos de junco. Estes eram cortados longitudinalmente, em tiras, umas colocadas ao lado das outras, e sobre elas outras tiras colocadas em seção transversal. As duas capas colavam-se com a água e lama do Nilo ou então com uma massa de amido.
Posteriormente fazia-se pressão sobre estas folhas com um rolo e eram secadas ao sol.

Há dois mil anos os chineses realizaram uma das maiores evoluções tecnológicas da história da humanidade. A invenção do papel foi atribuída a um oficial da Corte Imperial Chinesa, T’sai Lun, em 150 D.C. Este Chinês começou a observar como as vespas trabalhavam e pensou fazer algo parecido.
Esmagou partes de bambu e da árvore da morrera, misturou-as com água e deu forma a uma pasta líquida. Em seguida filtrou-a, deixou secar e quando aplanou deu-se o nascimento da primeira folha de papel.
O papel era visto como um milagre, tratava-se de um material muito mais barato do que a seda e altamente valorizado por suas qualidades estéticas e espirituais, por ser depositário de informações e utilizado como meio de comunicação. Os chineses foram detentores desta inovação até o ano de 751 D.C., quando os árabes aprisionaram dois artesãos chineses que trocaram sua liberdade pela técnica de fabricação do papel. Ao assimilarem a técnica, os árabes, espalharam pela na Península Ibérica, quando a conquistaram (isto se iniciou lá por 1300) e também pelo mundo fora.
A fabricação mecânica começou por volta do séc. XVII e até meados do séc. XIX a matéria prima fundamental eram os panos. Quando estes começaram a escassear pelo uso de procedimentos mais rápidos, apareceu a utilização da polpa de madeira.Graças ao trabalho de copiar manuscritos, na Idade Média, em formas artesanais de papel, foi possível conservar os mais importantes registros da história da humanidade até então. Com a invenção da "imprensa", foi permitindo a impressão por linotipos em papel, a disseminação da informação passou a ser muito mais veloz e acessível a todos, e a Revolução Industrial impulsionou ainda mais essas mudanças; hoje o papel talvez seja um dos produtos mais utilizado e corriqueiros.